sábado, 14 de fevereiro de 2009

EMÍLIO SANTIAGO 75


Emilio Santiago, argh! Se você pensa assim,após uma audição a esse álbum de 1975, você vai rever todo os seus conceitos à respeito desse artista. A primeira coisa que chama a atenção é a capa bem transada, estilo anos 70, com o nome do artista, em vários estilos de letra, preenchendo o fundo da foto e ao centro sentado elegantemente num banco o próprio Emílio, trajando um conjunto jeans e lançando um olhar entre o provocante e o provocador, algo ao estilo Al Green. Mas isso é apenas a embalagem, o quê se esconde por trás da imagem é música negra brasileira da melhor qualidade, um clássico instantâneo. O trabalho reúne a elite dos músicos brasileiros daquela década, dentre outros, Azimuth, Copinha, Dori Caymmi, Durval Ferreira, Edson Maciel, Hélio Delmiro, Ivan Lins, João Donato, Laércio de Freitas, Vitor Assis Brasil, Wilson das Neves e Zé Bodega, e transita entre o funk e o samba. A primeira canção é "Bananeira", de autoria de João Donato, com a partipação especialíssima do próprio, em sua versão definitiva, uma paulada funk que parece integrar a trilha sonora de um blaxpotation imaginário. O disco têm tantos ponto altos que ficaria difícil em poucas linhas fazer jus a todos eles, mas é preciso destacar ainda "Brother" infinitamente superior ao original de Jorge Ben, o que por si só já é uma coisa inimaginável, "La Mulata", uma composição dos sensacionais irmãos Valle, aqui transformada em uma salsa a la Santana, "Nega Dina" de Zé Ketti é um sambalanço de responsa, onde se destaca o traquejo e a versatilidade do interpréte, agora o fechamento é "Sessão das Dez", um blues com toques de jazz, simplesmente íncrivel. Como bônus ainda temos encartado no CD as considerações muito pertinentes de Ronaldo Boscoli.


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