sábado, 14 de fevereiro de 2009

Nelson Angelo e Joyce 1972


Perdoê-me o clichê, mas como explicar o inexplicável. Esse álbum é uma prova de que existe magia. A capa transmite bem o clima da viagem sonora que está por vir, Joyce contemplativa, resplandecente em toda a sua beleza e Nelson estradeiro e misterioso. Ela parece observá-lo do céu como uma deusa olímpica e ele herói semi-deus com os olhos na estrada, o coração na jornada e a mente em sua musa. Ouvir este disco é como ser transportado para uma dimensão paralela, onde reina a paz e a tranquilidade. É uma experiência espiritual, próxima de uma iluminação. A dupla deixa transparecer todo o seu encantamento, num casamento químico de psicodelia, folk, bossa-nova, rock-rural e clube da esquina. Apesar de aparentemente não se tratar de obra conceitual no sentido estrito, nos parece que tudo têm um encadeamento emocional que progride num crescente cheio de significados. A canção que abre o disco "Um Gosto De Fruta" é um primor de lisergia pop. Outros destaques são "Sete Cachorros", "Comunhão" , "The Man From the Avenue" e "Tiro Cruzado". Esta é uma obra obrigatória na coleção de quem vê na música mais do que um simples entretenimento, mas um meio de se entrar em contato com outros planos e despertar outras percepções.

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