sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes


O título deste álbum é a melhor definição de seu contéudo, Arte com "A" maíusculo, maíusculo como o talento desses dois gigantes do samba. Mas samba é muito pouco para definir a sonoridade
deste trabalho. A capa dá uma pista, trata-se um disco de música "Negra", Wilson com seu olhar sereno e tranquilo, quase um santo e Nei combativo, cavaquinho nas mãos, um guerreiro, cada um , a seu modo, representando seu papel na preservação e propagação de suas raízes e tradições. O trabalho é uma carta de intenções, um manifesto pela valorização da genuína cultura afro-brasileira , o quê fica patente com o pout purri de abertura que se encerra com a emblemática "Coisa da Antiga". Outros destaques do disco são a fantástica "Coité, Cuia", as maravilhosas "Gotas de Veneno/Senhora Liberdade", a suingadíssima"Candogueiro" e "Gostoso Veneno", esta última uma obra-prima do nosso cancioneiro romântico. Talvez não agrade muito a Nei Lopes, mas no plano ideológico este álbum guarda uma íncrível semelhança com "Winter In America" da dupla estados-unidense Gil-Scott-Heron e Brian Jackson, que assim como Nei e Wilson formam equação cabeça-coração. Em poucas palavras negritude engajada

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